Fundamentos: Um fluxo TIMI subótimo (fluxo TIMI < 3) tem sido identificado como um importante preditor de mortalidade intrahospitalar após intervenção coronariana percutânea (ICP) primária , em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supra do segmento-ST (IAMCSST) . Esta associação no cenário da estratégia farmacoinvasiva em pacientes com (IAMCSST) ainda não foi reportada.
Métodos: Entre março 2010 e outubro 2016, 1.652 pacientes de STEMI foram tratados com uma estratégia farmacoinvasiva e incluídos consecutivamente dentro desse estudo observacional, unicêntrico e retrospectivo. A análise de regressão logística multivariada foi conduzida para investigar a associação entre o fluxo TIMI final subótimo e a mortalidade intra-hospitalar.
Resultados O fluxo TIMI final subótimo ocorreu em 307 pacientes (18,5%). Pacientes com fluxo TIMI subótimo foram mais idosos (60,5 ± 11,9 vs. 57,4 ± 11,6 anos, p < 0,001), apresentaram maiores GRACE scores (153,8 ± 45,5 vs. 140, 8 ± 37,3, p < 0,001) e fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor (44,4 ± 12,3 vs. 49,5 ± 11,9%, p < 0,001) do que os pacientes com fluxo coronariano normal (TIMI 3). Em comparação aos pacientes com fluxo final TIMI 3, os pacientes que apresentaram fluxo TIMI subótimo , obtiveram maior mortalidade intra-hospitalar (13,4% vs. 3,2%, p < 0,001) e infarto do miocárdio não fatal (5,0% vs. 1,4%, p < 0,001). Os preditores independentes para mortalidade intra-hospitalar foram: Killip classe IV na admissão [odds ratio (OR): 28,32; 95% intervalo de confiança (IC): 13.27-60.47, p < 0,001], fluxo TIMI final suboptimal (OR: 3,80; 95% IC: 1,78-8.13, p = 0,001), sexo feminino (OR: 2,18; 95% IC: 1; 03-4.62, p = 0.042), idade (OR: 1, 5; 95% IC: 1,02-1,09, p = 0,001), elevação máxima da troponina (OR: 1, 3; 95% IC: 1,01-1,06, p = 0.039) e frequência cardíaca de admissão (OR: 1, 2; 95% IC: 1,01-1,04, p = 0.020).
Conclusões: Neste estudo observacional, retrospectivo, unicêntrico,pacientes com IAMCSST submetidos a estratégia farmacoinvasiva, o fluxo TIMI pós-procedimento subótimo foi relativamente frequente e foi identificado como preditor independente de mortalidade intra-hospitalar. Estratégias que visam melhorar ainda mais as taxas de fluxo coronariano normal nessa população de alto risco , podem ter um importante impacto prognóstico.