INTRODUÇÃO
O reconhecimento precoce da deterioração clinica em pacientes internados é um dos principais fatores associados a redução da mortalidade e prevenção de eventos adversos graves. Processos de acreditação, visando a melhora da qualidade e segurança da assistência, recomendam fortemente a implantação de times de resposta rápida (TRR), porém o seu impacto nos desfechos clínicos e nos custos de internaçãoainda é assunto controverso.
OBJETIVO
Avaliar o impacto da implementação do TRR nos desfechos clínicos e nos custos de internação de pacientes internados em um hospital geral.
MÉTODOS
Foram comparados os dados consecutivos e retrospectivos de pacientes transferidos para a unidade de terapia intensiva provenientes de unidades de internação geral no período 01 de junho de 2012 a 30 de junho de 2016. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo 1 (G1) com pacientes incluídos entre 01 de junho de 2012 a 31 de Maio de 2014, período anterior ao início da atuação TRR, e Grupo 2 (G2) com aqueles incluídos entre 01 de Junho de 2014 a 30 de junho de 2016 após o início da atuação do TRR. O desfecho primário analisado foi a taxa de óbito hospitalar.
RESULTADOS
Foram analisados 1.221 pacientes, 588 no G1 e 633 no G2. A distribuição dos gêneros entre os grupos foi similar. A média da idade no G1 foi de 67,8 anos e no G2 de 69,0 anos (p=0.24). A taxa de readmissão em menos de 48h na UTI foi de 3,9% no G1 e de 4,7% no G2 (p=0.47). Em relação aos escores de gravidade, os pacientes do G2 se mostraram mais graves quando analisadas as médias do Charlson Comorbidity Index (G1: 1,93 x G2: 2,58; p<0,01) e do SAPS3 (G1: 50,1 x G2: 54,2; p<0,01). Não houve diferença significativa quanto ao SOFA (G1: 3,82 x G2: 4,10; p=0,13). A mediana do tempo de internação na UTI (G1: 4 dias x G2: 3 dias; p<0.01) e do tempo de internação hospitalar (G1: 26 dias versus G2: 21dias; p=0.01) foram menores no G2. Houve redução significativa tanto na mortalidade na UTI (G1: 17,1% x G2: 12,4%; p=0.02) quanto na mortalidade hospitalar (32,3% x 26,2%; p=0.01). Também houve redução no custo médio de internação após a implantação do TRR (mediana de 57.787,09 dólares no G1 x 40.132,31 dólares no G2; p<0,01).
CONCLUSÃO
A implantação do TRR contribuiu de forma significativa na melhora dos desfechos clínicos de pacientes encaminhados para a unidade de terapia intensiva, bem como reduziu de forma significativa os custos relacionados às suas internações. Esse estudo reforça a importância do TRR na segurança do paciente e na excelência do cuidado.