O uso de antiagregantes plaquetários e anticoagulantes causam insegurança por parte dos profissionais da saúde que realizam procedimentos cruentos, que optam por suspender essas medicações pelo receio de um sangramento exacerbado, elevando assim o risco de eventos tromboembólicos. Não existem evidências científicas entre heparina de baixo peso molecular (HBPM), procedimentos odontológicos cruentos e risco de sangramento. O intuito deste estudo foi avaliar o risco de sangramento em pacientes fazendo uso de HBPM submetidos à exodontia. O grupo de estudo (GE) foi formado por 10 pacientes em uso de HBPM, 40mg, 1x/ dia. Foi realizada coleta de exames laboratoriais uma hora depois da administração da HBPM, e seguido da realização das exodontias. O volume de sangue aspirado durante a extração dentária e os exames laboratoriais do GE foram comparados com um grupo controle (GC) formado por 10 pacientes hígidos, os quais também foram submetidos aos mesmos procedimentos. As exodontia foram realizadas, com uso de anestésico local com vasoconstritor e meio hemostático local (ácido tranexâmico macerado com soro fisiológico 0,9% intra-alveolar). Foram obtidos valores médios para o GE: TP: 12,85s; INR=1,078; TTPa= 28,78; TT= 12,37s; contagem de plaquetas= 268.000/mm3, e para GC: TP= 11,99s; INR= 0,992; TTPa= 27,01s; TT= 11,89s; contagem de plaquetas= 294.500. O volume médio de sangue perdido durante as exodontias foi de 0,12ml/min para GE e de 0,1ml/ min para GC. Não houveram complicações hemorrágicas pós-operatórias em ambos os grupos (sangramento, hematoma ou equimose, necessidade de retorno ao serviço/ transfusão sanguínea). Dessa forma observou-se que a HBPM não alterou exames laboratoriais de rotina, ocorreu pouca perda em volume de sangue durante a exodontia em ambos os grupos. Os meios hemostáticos locais foram efetivos, sendo que não ocorreu complicações pós-operatórias em pacientes fazendo uso deste medicamento. Portanto, não se faz necessário suspender a HBPM para a realização de procedimentos odontológicos cruentos.