Introdução. O benefício de programa de atividade física na função cardiovascular de pacientes com insuficiência cardíaca e fração de ejeção reduzida (ICFER) já é bem conhecido na literatura. No entanto, acredita-se que apenas um comportamento não sedentário nesses pacientes pode causar impacto favorável nas variáveis de função cardiovascular avaliadas pelo ecocardiograma. Objetivo. Comparar as variáveis de função cardiovascular em pacientes com ICFER, com comportamento sedentário e não sedentário e associá-las à escala de qualidade de vida. Metodologia. Estudo prospectivo transversal em 52 pacientes acima de 18 anos com IC e fração de ejeção ventricular <50% e terapia medicamentosa optimizada. Foram excluídos do estudo: pacientes com IC grau IV (estágio D), que apresentaram descompensação nos últimos três meses e com ritmo de marcapasso artificial. Foi aplicada escala de sedentarismo IPAQ sendo então divididos em dois grupos: sedentários (S) e não sedentários (NS). A seguir, os dois grupos foram submetidos à avaliação clínica, eletrocardiograma, ecocardiograma, teste de caminhada e escala de qualidade de vida. As comparações entre grupos foram efetuadas por meio do teste Qui quadrado para variáveis categóricas e teste “t” de Student para distribuição normal e Man-Whitney para distribuição não normal das variáveis continuas. Resultados. Apesar de na avaliação ecocardiográfica não terem sido observadas diferenças na função sistólica e diastólica, observou-se no grupo NS, melhor consumo máximo de oxigênio (V02) no teste de caminhada (p 0,05), melhor capacidade funcional (p 0,01) e estado geral de saúde (p 0,02) no resultado do teste de qualidade de vida SF-36 e uma associação, na análise de regressão linear, entre a capacidade funcional e a VO2 (p 0,05) conforme gráfico abaixo. Conclusão. Mesmo em pacientes que não pratiquem atividades físicas regulares, só pelo fato de serem NS já é observada melhora na tolerância ao esforço e na qualidade de vida, considerando as doses optimizadas de medicação para ICFER.