Introdução: No Brasil, 400 mil pessoas morrem de infarto agudo do miocárdio. Cerca de 90% das vítimas de paradas cardiorrespiratórias (PCR) vão a óbito antes de chegar a uma unidade de saúde. Nessa situação, deve-se iniciar imediatamente a manobra de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). O presente estudo abordou algumas das questões mais importantes no atendimento desse caso. Métodos: Realizou-se uma coleta quantitativa e transversal dos dados obtidos em um questionário anônimo, distribuído após a aprovação do Conselho de Ética em Pesquisa, nº de parecer 2.971.794, contendo perguntas relacionadas ao reconhecimento de uma PCR e da manobra de RCP, respondidos por 146 estudantes de Medicina do 1°, 2° e 6° período. Resultados: A análise das respostas produzidas pelos 146 alunos mostrou que 85% dos acadêmicos do 1°, 77% do 2° e 81% do 6° período sabem diagnosticar a PCR. Quanto a execução da manobra de RCP, 43% dos alunos do 1°, 39% do 2° e 44% do 6° período declararam-se capazes de realizar a manobra. Abordou-se o manuseio do Desfibrilador Externo Automático (DEA), importante na identificação dos ritmos chocáveis junto a emissão de descarga elétrica se necessário, imprescindível para o sucesso da RCP. Nesse, 50% dos estudantes do 1°, 52% do 2° e 37 % do 6° declaram saber manusear corretamente o DEA. Em relação ao conhecimento dos elos da cadeia de sobrevivência na Parada Cardiorrespiratória Extra-Hospitalar (PCREH), de acordo com as diretrizes da American Heart Association (AHA), no 1° período 68% afirmam conhecer, 19% desconhecem e 13% não informaram; No 2°, 73% conhecem, 5% não sabem e 22% não informaram; No 6°, 87% são conhecedores dos elos, 12% desconhecem e 1% não informou. Conclusões: Houve um percentual satisfatório em relação ao reconhecimento da PCR, com número maior que 70% em todas as turmas, sendo progressivo a medida que os períodos letivos avançaram. Na execução da manobra de RCP, menos de metade dos entrevistados consideram-se aptos a realizá-la. O manuseio do DEA é ainda bem deficitário e conhecimento dos elos da cadeia da AHA foi positivo. Observa-se, a partir do presente estudo que apesar do satisfatório, há necessidade de melhorar o preparo dos alunos para que eles ajam nesse tipo de emergência. É importante que as instituições de ensino reconheçam a necessidade de oferecer esse treinamento aos seus acadêmicos de medicina, com a finalidade de reduzir a demora no atendimento à vítima, aumentando a chance de sobrevivência e diminuindo as complicações.