Introdução: A segurança dos pacientes admitidos em unidades não críticas de um hospital quaternário depende de cuidados de enfermagem e da observação precoce da deterioração clínica. Informações objetivas, juntamente com o exame clínico mostram a condição real do paciente e permitem ativar o Time de Resposta Rápida (TRR), evitando desfechos adversos, como transferências para o pronto atendimento (PA) ou UTI desnecessárias. Objetivos: Diminuir fluxo reverso ao PA e encaminhamentos desnecessários à UTI com a implantação do TRR para atendimento precoce dos pacientes em deterioração clínica. Método: Em um estudo de coorte prospectivo foram analisados pacientes internados em unidades não críticas que necessitaram do chamado do TRR através do protocolo e do escore de MEWS (Modified Early Warning Score). O escore é baseado na monitorização de parâmetros fisiológicos facilmente acessíveis: pressão arterial sistólica, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura corporal e nível de consciência. Estudos empregando o MEWS identificaram maior gravidade nos pacientes com escore final superior a 5 pontos. Entretanto, a sensibilidade do método foi ajustada para a nossa realidade (4 pontos), podendo ser expandido para todos os setores do hospital. A decisão de permanência no leito ou transferência do paciente ficou a critério do TRR após o atendimento. As variáveis categóricas foram expressas em porcentagem. A análise estatística foi realizada empregando-se o teste de qui quadrado. Nas comparações, consideraram-se significantes as diferenças com valor de p < 0,05. Resultados: Os atendimentos foram analisados antes e depois da implantação do protocolo do TRR. Um total de 1.150 pacientes foi atendido, 293 pacientes de janeiro a julho sem o protocolo (grupo A) e 857 pacientes de agosto a dezembro de 2018 com o protocolo (grupo B). Em relação ao percentual de pacientes encaminhados ao PA, houve queda de 22,4% no grupo A para 4,6% no grupo B, para a UTI houve queda de 20,6% para 14,3% e o percentual de pacientes que permaneceu no leito aumentou de 50,5% no grupo A para 75,1% no grupo B (p < 0,0001). Conclusões: Houve aumento no número de chamados do TRR após a implantação do protocolo. Verificou-se diminuição do número de pacientes encaminhados de unidades não críticas para o PA ou UTI e aumento do número de pacientes que permaneceram no leito, contribuindo para a segurança e diagnóstico precoce de deterioração clínica do paciente.