Introdução: A Síndrome postural ortostática taquicardizante (SPOT) é definida por uma anormalidade no sistema nervoso autônomo com a presença de queixas como palpitações, tonturas, pré-síncope ou síncope e intolerância ortostática crônica. Sua confirmação é realizada através do teste de inclinação ortostática (Tilt test) com evidência de um aumento da frequência cardíaca maior ou igual a 30 batimentos por minuto (bpm). É uma doença de baixa prevalência populacional (0,2%) e de difícil diagnóstico, haja vista sua clínica variada e inespecífica. Método: Análise qualitativa, observacional, transversal do tipo relato de caso. Resultados: Paciente do sexo feminino, 28 anos, encaminhada ao ambulatório de cardiologia com quadro de palpitações, tontura, intolerância ao exercício físico, palidez, sudorese fria, visão turva, seguidos por evento de lipotimia, o que intensificava seu quadro de ansiedade. Durante consulta, relatou que os sintomas são deflagrados aos esforços, após longa permanência na posição ortostática e ao contato direto com uma fonte de calor perdurando por 15 minutos aproximadamente. Além disso, apresenta como comorbidades cefaleia do tipo migrânea e transtorno de ansiedade, sendo realizado acompanhamento com neurologista e fazendo uso dos seguintes medicamentos: succinato de desvenlafaxina, cloridrato de nortriptilina,topiramato e cloridrato de clorpromazina. Realizado eletrocardiograma(ECG), identificando distúrbio de condução do ramo direito, e Ecocardiografia (ECO) com parâmetros dentro da normalidade. Solicitado exames laboratoriais e Tilt Test. No retorno, mantinha astênia e tontura aos esforços. Os exames laboratoriais tiveram como resultado anemia carencial e função tireoidiana normal. O Tilt test, sensibilizado com nitrato, demonstrou, ao início da fase de inclinação, sintomatologia associada à elevação da frequência cardíaca de 36 bpm em relação à fase de decúbito, realizando o diagnóstico de SPOT. Diante do quadro, medidas não farmacológicas foram instituídas.
Conclusão: O diagnóstico da SPOT ocorre em uma média de 6 anos. Dentro deste contexto desafiador é de extrema importância à história clínica, testes autonômicos e laboratoriais, a fim de realizar o diagnóstico diferencial com outras causas como deficiência de Vitamina B12, feocromocitoma. Assim como, deve-se ser realizada a exclusão de distúrbios de condução e doenças cardíacas estruturais por meio do ECG e ECO os quais são imprescindíveis para conduzir à propedêutica.