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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Trombólise inadvertida de dissecção aortica

Lorraine Lorene Felix Cardoso, Pedro Perillo Magalhães Disconzzi de Sá, Raul Serra Valério, Paulo de Tarso Siqueira, Pedro Ivo De Marqui Moraes, Edgar Rossi Depieri, Jessica Picinin Cardoso, Danielle Navarro Sato, Michelle Gonçalves Birtche, João Paulo Dos Santos Barenco Pinto
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil

Introdução: A trombólise é um método viável e seguro para reperfusão do infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de segmento ST quando a angioplastia primária não pode ser realizada. No entanto, algumas situações clínicas contraindicam seu uso e tornam o cenário potencialmente catastrófico. Relato de caso: RMQ, masculino, 55 anos, admitido por quadro de dor precordial irradiada para dorso de forte intensidade com 2 horas de duração, associada a náuseas e sudorese. Exame clínico no hospital primário: pressão arterial 200x100 mmHg em ambos membros superiores sem outras alterações. ECG ritmo sinusal e supradesnivelamento de segmento ST nas derivações V1 a V3. Recebeu tratamento com anti-hipertensivos e trombólise com tenecteplase. Após transferência ao hospital terciário e melhora parcial da dor torácica, foi auscultado sopro diastólico regurgitativo em foco aórtico, mantendo PA 200x100 simétrica. Encaminhado à angiotomografia que confirmou a suspeita de dissecção de aorta ascendente estendendo-se até artérias ilíacas. Otimizado o tratamento clínico com anti-hipertensivo e betabloqueador, sendo encaminhado à cirurgia cardíaca no terceiro dia de internação, com troca de aorta por tubo valvulado, tempo total de 7 horas e anóxia de 78 minutos. O paciente evoluiu bem, com alta hospitalar após 14 dias e seguimento ambulatorial sem intercorrências nos 6 meses subsequentes. Discussão: Dissecção de aorta possui altas taxas de mortalidade, entre 50 e 68% nas primeiras 48 horas. É mais comum em homens na sexta década de vida. Os achados clínicos mais frequentes são dor torácica dilacerante com irradiação para dorso (em 97% das vezes), aproximadamente 75% dos casos acompanhados de hipertensão arterial, sendo em metade desses com diferencial superior a 20 mmHg de pressão sistólica entre membros. Entre 1 a 2% das vezes há redução da perfusão de artérias coronárias, principalmente da coronária direita, que pode levar ao supradesnivelamento de segmento ST.Também é possível o desabamento da ancoragem em raiz da valva aórtica, permitindo a ausculta de sopro diastólico aórtico regurgitativo.Déficits de outros sistemas ocasionados por redução da perfusão podem ocorrer, como acidente vascular encefálico, isquemia mesentérica e renal, isquemia medular e de membros, entre outros.O International Registry of Aortic Dissection vem permitindo um maior conhecimento sobre características basais e evolutivas dessa grave doença. Este caso ilustra a importância de usar e dominar as habilidades básicas da propedêutica e do diagnóstico diferencial da dor torácica na emergência.

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