Associação de intolerância à glicose com marcadores de disfunção endotelial avaliada pela vasodilatação mediada por fluxo
Introdução: Já é descrito na literatura que indivíduos diabéticos apresentam sinais de disfunção endotelial, sendo um exemplo a alteração da vasodilatação mediada pro fluxo (FMD). No entanto, ainda existe pouca evidência de que indivíduos com intolerância à glicose já apresentam alteração na FMD, como marcador precoce de disfunção endotelial. Portanto, objetivo do nosso estudo foi investigar a presença de sinais precoces de disfunção endotelial manifestada por alteração da FMD em indivíduos com intolerância à glicose.
Métodos: Foi realizado estudo prospectivo transversal em 41 pacientes, sendo divididos, de acordo com os critérios da American Diabetes Association (ADA) em grupo intolerância à glicose (n=8; IG) e controles sem intolerância à glicose ou diabetes (n=33; GC), pareados por idade e sexo (1:4). Foram submetidos à avaliação clínica, medidas antropométricas, ecocardiograma transtorácico, ultrassonografia de carótidas, avaliação do grau de sedentarismo pelo score de IPAQ, Qualidade de vida SF-36 e vasodilatação mediada por fluxo.
Análise estatística: Comparação entre os grupos foi feita por teste de Qui-Quadrado para variáveis categóricas e teste T ou Man-Whitney para variáveis contínuas.
Resultados: Os grupos foram homogêneos em relação às variáveis basais e clínicas. Foi observado que o grupo IG apresentou maior prevalência de obesidade (p=0,021) e sedentarismo (p=0,003) e melhor qualidade de vida na limitação por aspectos emocionais (p=0,001). A porcentagem de FMD foi maior no GC e menor no grupo IG após 2 minutos (p=0,019).
Conclusão: Indivíduos com intolerância à glicose apresentam marcadores iniciais de disfunção endotelial avaliada pela menor porcentagem FMD, além de maior grau de sedentarismo e prejuízo na qualidade de vida.