Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Endocardite por Candida Parapsilosis em prótese valvar após dois anos da cirurgia: Relato de caso com necropsia

Braga, JB, Teixeira, LHM , Ribeiro de Campos, PT, Teixeira, CO, Teixeira, MAB
GECAC - Grupo de Estudos em Correlação Anátomo-Clínica - Campinas - SP - Brasil, Faculdade São Leopoldo Mandic - Campinas - SP - Brasil, Complexo Hospitalar Prefeito Edvaldo Orsi - Campinas - SP - Brasil

Introdução: A endocardite em prótese valvar corresponde a até 30% das endocardites infecciosas, acometendo de 1 a 6% dos pacientes submetidos a esse procedimento. Ela é classificada como tardia quando ocorre após um ano da cirurgia e, nesses casos, os agentes etiológicos são os mesmos da endocardite comunitária em valva nativa, sendo o mais comum o Estreptococosdo grupo Viridans. Métodos: Trata-se do caso de um homem de 51 anos submetido à troca valvar mitroaórtica por valvas metálicas há dois anos, com quadro de dispnéia progressiva, adnamia, inapetência e palpitações, negava febre e outros sintomas. Ao exame físico encontrava-se taquicárdico, taquipneico e afebril. A ausculta cardíaca revelou ritmo de fibrilação atrial e sopro sistólico em foco mitral com “click” metálico. O Ecocardiografama Transesofágico (ETE) evidenciou disfunção da valva mitral, presença de vegetação, prótese de valva aórtica normofuncionante e questionou imagem sugestiva de trombo em átrio esquerdo. Na hemocultura para fungo houve crescimento de Candida parapsilosis. Paciente evoluiu com disfunção renal, sendo necessária a realização de hemodiálise. No 23º dia de internação apresentou edema agudo de pulmão e o Ecocardiograma Transtorácico evidenciou aumento significativo do refluxo mitral, indo a óbito no 27º dia. Resultados: O estudo necroscópico, além de confirmar o trombo no átrio esquerdo sugerido pelo ETE, demostrou três vegetações no endocárdio atrial. Ao exame das próteses valvares havia trombo em face ventricular das próteses mitral e aórtica, sendo que, nesta última, havia também trombo na sua face oposta. Não havia alteração anatômica no sítio cirúrgico da prótese aórtica. Nas vegetações e nos trombos, a coloração Grocott evidenciou a presença de hifas, confirmando o diagnóstico de endocardite fúngica. Conclusão: É incomum endocardite fúngica nos casos após um ano de cirurgia, e entre os fungos mais comuns, o principal é a Candida albicans. Nosso caso apresenta como particularidade o tempo de ocorrência e o agente etiológico, além de ressaltar a importância do estudo necroscópico, que revelou a real extensão da patologia.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

20 a 22 de junho de 2019
Transamerica Expo Center | São Paulo - Brasil