INTRODUÇÃO
A amiloidose decorre do depósito em diversos órgãos, como coração, de proteína amiloide, podendo levar a comprometimento do órgão acometido.
Os principias subtipos que que acometem o sistema cardiovascular são amiloidose primária (AL), a familiar (AF) e a transtirretina (TTR). Podendo ocorrer em qualquer estrutura cardíaca, como no miocárdio, valvas, coronárias, especialmente na microvasculatura, sistema de condução e pericárdio2.
A amiloidose é rara, prevalência estimada de 8 a 12 por milhão. Esses casos são subdiagnosticados, podendo estar associado à insuficiência cardíaca com FE preservada, estenose aórtica e fibrilação atrial.
RELATO DE CASO
Paciente A.G., masculino, 74 anos, nega tabagismo ou comorbidades. Iniciou há cinco anos quadro de episódios recorrentes de dispneia aos esforços de caráter progressivo e edema de membros inferiores, necessitando frequentemente buscar atendimento médico, referindo algumas internações, porém sem definição diagnóstica nem controle ambulatorial da doença. Em uma das internações, evidenciou-se hipertrofia de ventrículo esquerdo e sinais de cardiomiopatia restritiva de etiologia indeterminada. Realizado ressonância cardíaca, evidenciando aumento biatrial, função sistólica biventricular preservada. Na avaliação do realce tardio (figura 1 e 2), apresenta do prolongamento do tempo de inversão do gadolínio no miocárdio de forma heterogênea, predomínio subendocardico e subepicárdico do ventrículo esquerdo envolvendo também as paredes do ventrículo direito e biatrial. Os achados são altamente sugestivos de amiloidose cardíaca. O diagnóstico foi confirmado por biópsia miocárdica.
CONCLUSÃO
Os métodos diagnósticos envolvem desde o ECG com bloqueio de ramo esquerdo, até exames de imagem como o ecocardiograma que poderá apresentar aumento concêntrico da espessura miocárdica, aumento biatrial, disfunção diastólica, cardiomiopatia restritiva nas fases mais avançadas da doença. Ressonância cardíaca que permite reconhecer melhor o envolvimento cardíaco pela amiloidose através do realce tardio, mais frequentemente difuso. Porém, o diagnóstico definitivo é através da biopsia endomiocárdica. Uma vez reconhecida o tipo de amiloidose, o tratamento deverá ser iniciado, envolvendo desde o uso de diuréticos até transplante cardíaco.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1Semele, Vinicius Bocchino, et al. Amiloidose Cardíaca: Relato de Caso Rev bras ecocardiogr imagem cardiovasc. 2012;25(3):225-22
2Kasper, DL. et al. Harrison Medicina Interna, v.2. 16ª. Edição. Rio de Janeiro: McGrawHill, 2006.